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O Pensamento de Camões – O Épico e o Lírico
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Jorge de Sena
© Herdeiros de Jorge de Sena e Guerra e Paz, Editores, Lda., 
Reservados todos os direitos
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Manuel S. Fonseca
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Ana Antunes
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Ilídio J.B. Vasco
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.ª : Abril de 
GUERRA E PAZ, EDITORES, LDA.
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ENSAIO
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500
anos
CAMÕES-SENA
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de Camões
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Jorge de Sena
Índice
Nota do editor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Camões, o maior poeta em português . . . . . . . . . . 11
Camões, aristocracia de espírito:
ninguém é nobre só porque os avós o foram . . . . . . . 31
Aspectos do pensamento de Camões
através da estrutura linguística de Os Lusíadas . . . . . . 41
Camões: o poeta lírico . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
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Jorge de Sena
Nota do Editor
Acompanhada por Jorge de Sena, a obra de
Luís de Camões, o maior poeta em portu-
guês, resiste e eleva-se, universal, superior,
em busca do sonho impossível, acima da aberta hostili-
dade que algumas formas actuais de visão do Mundo ten-
dem a opor-lhe. Com Sena, pela mão de Jorge de Sena,
a obra de Camões «transcende em muito o âmbito nacional
de um destino histórico não-cumprido do seu mais alto sen-
tido, para ser, na verdade, um aviso e um apelo que se dirige
a toda a Humanidade».
Durante mais de 30 anos, Jorge de Sena fundiu-se,
crítica e criativamente, com Luís de Camões, escrevendo
milhares de páginas de análise e de profunda e humanís-
sima emoção, projectando o poeta além do mero acade-
mismo, além de visões nacionais ou patrióticas, além até
dos limites da língua portuguesa. Esses textos não são
publicados desde 1980, há quase um quarto de século.
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o pensamento de camões
Por isso, se publica agora este volume, resgatando
quatro ensaios que, em conjunto, constituem uma admi-
rável síntese do que Jorge de Sena defendeu ser o pen-
samento de Camões, um pensamento cuja larga visão e
alta erudição, Sena demonstra, louvando a sua singulari-
dade e até superioridade em relação à maioria de gran-
des criadores seus contemporâneos.
Este livro reúne quatro ensaios de Jorge de Sena. Abre
com «Camões, o maior poeta em português», um verbete
que Sena escreveu para a 15.ª edição da Enciclopédia
Britânica, densa e emotiva apresentação de Luís Vaz de
Camões, combinando os escassos dados biográficos com
um florilégio de riquíssima informação que a leitura fina
da obra permite inferir.
O segundo ensaio, a que demos o título «Camões,
a aristocracia de espírito: ninguém é nobre só porque os
avós o foram», foi escrito por Sena, em 1972, e publicado
na Imprensa portuguesa por ocasião do 4.º Centenário
da publicação de Os Lusíadas, resgatando Camões,
OsLusíadas e a sua mensagem, do chorrilho limitador e
sufocante de lugares-comuns do camonismo, preferindo
Jorge de Sena revelar «um génio que amou a Pátria sem ilu-
sões e de olhos corajosamente abertos para os outros e para si
mesmo» e cuja obra tem n Os Lusíadas uma parte impor-
tante, «mas não mais importante do que a obra lírica, nem
separável dela».
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Jorge de Sena
De Outubro de 1972, o terceiro ensaio, de que manti-
vemos o título original, «Aspectos do Pensamento através
da Estrutura Linguística d Os Lusíadas», foi igualmente
integrado no já referido 4.º Centenário, sendo o corpo da
comunicação de Sena à Primeira Reunião Internacional
de Camonistas, que teve lugar em Lisboa. Neste ensaio,
Sena desce «da arquitectura externa de Os Lusíadas à tes-
situra do seu vocabulário» provando que «entrar por um
grande poeta dentro é uma aventura perigosa». Fazendo uma
síntese da sua monumental tese sobre o vocabulário de
OsLusíadas, esse «vôo lírico-messiânico da epopeia impossí-
vel», Sena analisa a estrutura linguística do épico camo-
niano e as suas séries semânticas, reconstituindo «uma
imagem do complexo pensamento de Camões» bem como a
sua organização estilística.
No quarto e último texto, de que se manteve igual-
mente o título, «Camões, o Poeta Lírico», Sena mostra
como do vastíssimo oceano que são os cerca de catorze
mil versos da lírica camoniana (contagem seniana)
emerge uma girândola de obras-primas, manifestação de
«um poeta filosófico, profundamente preocupado com encon-
trar um sentido para um mundo que parecia, no ocaso da
Renascença, mais e mais sem sentido – um sentido que ele
atinge estruturalmente impondo a ordem e o equilíbrio dos
seus poemas à desordem deste mundo». Este ensaio, escreveu-
-o Jorge de Sena, em Santa Bárbara, em Outubro de 1975
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o pensamento de camões
para acompanhar a edição inglesa, de Jonathan Griffin,
de uma antologia do Camões lírico, publicada em 1976,
em Londres, pela The Menard Press, com o título Some
Poems.
Com a publicação deste livro, e destes quatro ensaios,
a que se seguirão outros dois livros de Jorge de Sena já no
prelo, se comemora agora, em 2024, o 5.º Centenário do
nascimento de Camões, nascimento em dia incerto, entre
1524 e 1525. Estes ressuscitados textos de Jorge de Sena
ressuscitam, por sua vez, uma imagem de Camões muito
distante e até contrária ao Camões oficial. O Camões que
irrompe deste livro é, agora, neste século  que Sena já
não viveu, e porventura ainda mais do que quando Sena
assim o interpretou, um Camões de e do futuro, acima
da pequenez de orgulhos nacionalistas e piedade cristã,
um Camões que nos fala «como só grandes poetas falam,
acerca de angústias, esperanças e desesperos muito parecidos
com os de hoje».
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Camões,
o maior poeta
em português*
* Texto escrito para a .ª edição da Enciclopédia Britânica com o título, Camões,
Luís Vaz de. O mesmo texto foi publicado depois no I volume Trinta Anos de Camões
(Outubro de ) com o título, «Camões – Verbete para uma Enciclopédia»
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Jorge de Sena 
Camões, Luís Vaz de (1525?-1580)– o maior
poeta em Português, em cuja língua nos dois
lados do Atlântico teve um impacto perma-
nente e sem par, não apenas como o autor do poema épico
Os Lusíadas (1572), mas também pela sua poesia lírica
postumamente publicada. Foi ele um dos raros escrito-
res portugueses que transcendeu a barreira da língua e
da moderna confusão de Portugal com a Espanha, e a
ter uma vasta influência na literatura Ocidental, numa
extensão não ainda adequadamente citada ou avaliada em
fontes monográficas. O que se conhece do homem, num
sentido estritamente biográfico, é muito pouco e deve ser
separado em três categorias:
a) declarações do seu primeiro biógrafo do século;
b) alguns documentos descobertos no século  e
alguma investigação sobre a sua família desde então;
c) alusões muito abstractas (algumas incertas crono-
logicamente) à sua vida e obras.
Sobre estas frágeis informações, montanhas de irre-
levante erudição ou romanesca imaginação têm sido
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